quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Num dia como tantos outros deparou algo de errado na Sofia. Não estava a faladora nata que costumava ser. Não estava a comentadora nata que costumava comentar, não contava todos os momentos dos seus sonhos cheios de peripécias, ondes os príncipes salvavam sempre as princesas, onde os ogres eram engolidos pelas forças do bem, onde os políticos não tinham lugar para existirem, onde as senhoras da televisão não tinham nem brincos nem colares bonitos.
Estava calada, sentada na sua cadeira no banco de trás do carro, sem nada dizer.
Diogo observava-a pelo retrovisor e achava muito estranho aquele olhar no infinito, aquele observar da rua sem nada dizer. Sem qualquer reação.
Diogo numa tentativa vã, colocou o CD que Sofia tanto gostava e a reação foi a mesma. Nada.